Anos 2000: Trabalho e resistência garantem manutenção da Apcef/MS
Nesta edição da série de reportagens sobre os 35 anos da Apcef/MS, serão abordadas as gestões de Gilberto Munhoz Cordeiro (1998-2000) e Benício Pereira Faustino (2000 a 2002), que foram marcadas por desafios administrativos, conforme relatos dos ex-presidentes.
Gilberto Cordeiro lembra que assumiu a presidência da associação logo após a desistência da então presidente Marilda Alves. “Ela ficou 3 ou 4 meses e pediu para sair. A diretoria inteira pediu exoneração e foi aí que eu assumi”.
De acordo com o ex-presidente, foram dois anos difíceis e o maior desafio foi equilibrar a situação financeira da Apcef/MS. “Fizemos reuniões de agência por agência, falamos com a superintendência, conversamos com os gerentes. Conseguimos alterar o estatuto e a arrecadação passou a ser de 1%, aí melhorou”.
Gilberto acompanhou o desenvolvimento da associação desde os primeiros anos de fundação e atuou em diretorias anteriores, como no mandato de Oldary Galvão. Nesses 35 anos de história, ele chama a atenção para o uso da estrutura da associação.
“A gente tem uma ótima área de lazer e acho que todas as diretorias trabalharam para isso. É uma estrutura que precisa ser mais usada pelos empregados da Caixa, até para aproximar mais o pessoal. Minhas filhas tem muita história boa para contar da associação, elas cresceram lá. Estávamos no clube quase todo final de semana, junto com outros colegas”, recorda Gilberto.
Durante sua gestão, a subsede de Aquidauana foi vendida e posteriormente, em 2003, na gestão do Cícero Roberto, foi feita a aquisição de um pesqueiro, que até hoje é uma das opções de lazer para os associados da Apcef/MS. Também atuante no Sindicato dos Bancários de Campo Grande e região, Gilberto lembra que a Apcef participava das lutas sindicais.
“A gente tinha uma dinâmica própria e também atuava junto com o sindicato em favor dos empregados da Caixa. A Caixa Econômica sempre puxou as greves aqui em Mato Grosso do Sul, a gente era o carro chefe na hora de movimentar as campanhas salariais”, relembra.
Resistência
A gestão de Benício Faustino foi marcada por esforço e resistência para manter os trabalhos da Apcef/MS, mesmo sem a liberação de diretores. “Esse foi um desafio muito grande porque a gente trabalhava no expediente normal e exercia a gestão da Apcef fora do expediente. O presidente da Apcef também representa a associação no Conselho Deliberativo Nacional [da Fenae], e eu não conseguia viajar para participar das reuniões. Quem nos representava lá sempre a meu pedido era a vice-presidente que era a Delzi, porque ela trabalhava em uma área que permitia que ela se ausentasse do expediente”, conta Benício.
Segundo o ex-presidente, a liberação de diretores das Apcefs havia sido suspensa pela Caixa Econômica, após pressão do governo federal. “Era resultado de uma política governamental, era uma época de perseguição. Na verdade, o movimento associativo sempre viveu muita perseguição institucional do governo. O governo pressionava a Caixa e a Caixa pressionava os representantes”.
De acordo com Benício, em razão do contexto de recessão econômica no país, política neoliberal do governo Fernando Henrique Cardoso e uma grande quantidade de pessoas contratadas como prestadoras de serviço na Caixa, houve redução do número de associados.
“Tivemos uma recessão bem forte e a associação ficou com poucos associados. A gente teve que demitir praticamente todos os funcionários, só ficou um funcionário que é o Tutu, como caseiro, e a gente contratava os outros trabalhadores como diaristas”, conta o ex-presidente.
O funcionário Veriano Souza, conhecido como “Tutu”, foi contratado por Cícero Gusman, um dos fundadores da Apcef/MS, e foi inclusive homenageado pelo atual presidente, Jadir Garcia, durante a edição da Corrida Fenae de 2019 em Campo Grande, em razão dos mais de 30 anos de trabalho à associação.
Na avaliação de Benício, o papel da associação está relacionado ao lazer e às confraternizações, contudo, a entidade também sempre foi importante na organização da defesa dos interesses dos empregados da Caixa.
“Quando a gente não era ainda sindicalizado quem defendia os funcionários era a associação. Quando os funcionários da Caixa conquistaram o direito de se filiar ao sindicato, então nós nos filiamos todos no sindicato, mas a associação continuou exercendo aquele papel tradicional que já tinha de defesa dos funcionários, fortalecendo a luta do sindicato”, avalia Benício.
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Ajude a Apcef/MS a contar essa história
Os empregados e aposentados da Caixa Econômica Federal podem ajudar a contar a história da Apcef/MS enviando fotos e registros históricos. Haverá sorteio de brindes para os participantes. O material será publicado nas redes sociais e no site da associação.
A associação também convida a todos a fazerem comentários sobre as fotos postadas nas matérias com informações sobre as pessoas e eventos da época. E se tiver alguma foto do período resgatado, também pode compartilhar com a Apcef.
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Leia outras matérias da série de reportagens em comemoração aos 35 anos da Apcef/MS:
Dourados: Ex-presidentes relembram construção do clube
Década de 90: Expansão para o interior e defesa da Caixa
Década de 80: Protestos e eventos fortaleceram Apcef/MS nos primeiros anos de fundação
Por: Adriana Queiroz/Assessoria de Comunicação da Apcef/MS
*Matéria editada no dia 16 de julho para correção de informação