Década de 80: Protestos e eventos fortaleceram Apcef/MS nos primeiros anos de fundação
Na segunda edição da série de reportagens que marcam as ações de comemoração dos 35 anos da Apcef/MS, a entidade traz os relatos das ex-presidentes Maria Jorgete Mello Sanches e Isabel Fernandes Alvarenga (foto da capa).
Após o mandato de Azize Azarour (in memoriam), a gestão de Maria Jorgete foi marcada por festas e eventos para reunir os associados. “A gente fazia festas, bailes, e muita gente ia na associação. O pessoal estava lá todo final de semana e na quinta-feira tinha o futebol. E nos eventos, sempre tinha ajuda dos colegas”.
Na parte estrutural, a ex-presidente relata que foi feita a reforma do telhado do salão de festas, que na época ainda era um “barracão”, e a construção do campo de futebol society.
Nos primeiros anos de fundação, a associação ainda era denominada AEF/MS (Associação dos Economiários Federais), posteriormente o nome foi alterado para Apcef/MS (Associação do Pessoal da Caixa Econômica Federal).
Durante o período em que esteve na presidência da associação, Maria Jorgete participou de ações de defesa dos direitos dos empregados da Caixa. “Nós tivemos muitas lutas, tinha a briga pela jornada de seis horas e conseguimos muita coisa no nosso dissídio coletivo. Fazíamos protestos, manifestações, junto com o sindicato dos bancários. Eu também viajava, ia para Brasília e não media esforços para estar nessas ações”, lembra a aposentada.
Para a ex-presidente, o mais importante da associação é a integração entre os associados, tanto nas lutas quanto nas atividades de lazer. Nesses 35 anos de história, Maria Jorgete faz uma avaliação positiva da experiência como presidente da entidade e defende que a Apcef precisa estar cada vez mais forte.
“Foi tudo muito bom, a gente tem desgaste, mas valeu a pena. Agradeço muito por tudo que foi feito e agradeço a todas as pessoas que ajudaram a formar a associação e que ela continue sempre forte e com mais associados”.
Eventos e lutas
Isabel Alvarenga esteve a frente da Apcef/MS por dois mandatos (1988-1990/1990-1992). De acordo com a ex-presidente, o primeiro passo de sua gestão foi montar uma comissão para organizar as finanças da associação. “Éramos uma equipe bem coesa e, com muito trabalho, a gente conseguiu renegociar as dívidas e quitar os fornecedores”, lembra.
Após a adequação financeira, a associação seguiu a linha de atuação da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae) para o fortalecimento da Caixa como banco público.
“Na época tinha uma política direcionada para a privatização da Caixa e foi lançada uma campanha nacional “A Caixa é do Povo” e a nossa associação se envolveu muito com isso. A gente fazia reuniões nas agências constantemente”.
Durante esses encontros, Isabel conta que procurava destacar a história da Caixa. “A gente colocava a importância do histórico da Caixa. Como ela foi criada, como um banco para caderneta de poupança para os escravos para quando eles conseguissem alforria. A gente trazia todo esse histórico junto com a categoria no sentido de fortalecer a importância que é um banco público dentro de um país”.
Foram realizadas ainda mobilizações para a valorização dos empregados e defesa de direitos conquistados como a jornada de seis horas. Um dos movimentos ocorreu após a demissão arbitrária de funcionários da Caixa durante o governo Collor.
“Houve uma campanha nacional de reintegração desses demitidos. E foi uma demissão arbitrária mesmo, de repente, saiu uma lista de demitidos, com pessoal que tinha passado no concurso e estava trabalhando. Com a greve nacional e mobilização, eles foram depois reintegrados”, destaca Isabel.
A ex-presidente lembra ainda que a Apcef organizava as greves da época. “Quem coordenava as greves da Caixa eram as associações. Em todos os estados, a associação tinha esse papel. Aqui em Mato Grosso do Sul, o sindicato cedia o espaço para gente fazer as reuniões e assembleias. Foi uma época de muita luta e conquistas trabalhistas e sociais”.
Na parte recreativa, Isabel conta que foi feita reforma no clube e construção da piscina de biribol. Também houve participação da Apcef/MS em eventos esportivos nacionais graças ao empenho do então diretor Oldary Galvão, conforme relata a ex-presidente.
“A gente começou a ter visibilidade nos campeonatos regionais com os times de futebol em Dourados, Paranaíba, Corumbá, justamente para trazer as pessoas de novo para dentro da associação. Nos eventos nacionais, a primeira medalha que a gente ganhou foi de atletismo com a Marilda. São conquistas que foram muito importantes para incentivar a participação dos associados”, avalia.
As atividades sociais também foram retomadas com a realização de confraternizações, desfile das crianças, acampamento, noite do pijama, noite de seresta nas sextas-feiras e almoço com música ao vivo aos domingos.
Ao avaliar esses 35 anos de história, Isabel acredita que, além do papel recreativo, a contribuição da Apcef/MS deve ser a valorização do empregado da Caixa. “Acredito que você é “grande” na medida em que você conhece seu passado, a sua história. A gente tem que valorizar o que já foi construído, ter uma noção de passado, presente e futuro e acredito que isso é papel da associação”.
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Ajude a Apcef/MS a contar essa história
Os empregados e aposentados da Caixa Econômica Federal podem ajudar a contar história da Apcef/MS enviando fotos e registros históricos. Haverá sorteio de brindes para os participantes. O material será publicado nas redes sociais e no site da associação.
A associação convida a todos a fazerem comentários sobre as fotos postadas nas matérias com informações sobre as pessoas e eventos da época. E se tiver alguma foto do período resgatado, também pode compartilhar com a Apcef.
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Por: Adriana Queiroz/Assessoria de Comunicação da Apcef/MS